Laguna Tebinquinche, o passeio surreal do Atacama

O Deserto do Atacama é um amplificador e gerador de sentimentos. Na minha viagem, cada passeio reservou uma surpresa. E foi sempre coisa boa. E a ida à Laguna Tebinquinche não foi diferente. O tour marcou bastante a minha trip – e em vários aspectos. Primeiro, pela beleza escandalosa do lugar. Talvez tenha sido um dos lugares do deserto que mais me impressionou. Segundo, pelas pessoas que por lá encontrei. Tirei sorte grande diante um cenário impactante, imponente, surreal.

Nós, brasileiros, não estamos acostumados com certo tipo de paisagem, e a Laguna Tebinquinche é definitivamente um local raro aos nossos olhos. Oferece um banquete de elementos que não estamos familiarizados: vulcão, neve, lagoa de sal, deserto, frio de cordilheira, pôr do sol multicolorido. Desculpe, mas é apenas uma descrição simples, isto é, baseia-se somente no meu vago e raso repertório linguístico. Mas acredite quando eu digo que é fascinante. Não é exagero.

A Laguna Tebinquinche é um dos passeios mais marcantes do Deserto do Atacama. Para se chegar ao lugar não é tão simples, sendo assim, somente com agência local, contratada em San Pedro de Atacama – vilarejo base para explorar o deserto. 

Laguna Tebinquinche

O passeio para a Laguna Tebinquinche é rápido, mas imperdível. Geralmente é feito junto com outros passeios. E quase sempre acontece na parte de tarde. Vou explicar o por quê.

Os passeios no Deserto do Atacama são divididos por períodos, e a maioria pode ser feito em meio dia. Ou seja, existem tours feitos na parte da manhã e outros que acontecem na parte da tarde. E, geralmente, o passeio para a Laguna Tebinquinche acontece no último horário. O motivo? O pôr do sol alucinante frente à laguna.

Então, amigo viajante, o passeio para Tebinquinche ocorre geralmente por volta das 13h/14h e engloba também a Laguna Cejar e Ojos de Salar, outras duas deliciosas atrações do Deserto do Atacama.

A Laguna Tebinquinche fica em um imenso vale, cujas águas são do degelo das montanhas. Um local que serve de morada para inúmeras famílias de flamingos. Uma paisagem inspiradora. 

Fiquei extasiado com a Laguna Tebinquinche. É o tipo de ambiente que clama por um acampamento, que pede para ficar por ali durante uma semana, um mês, uma vida. É um local que dá vontade de morar, de fazer o tempo congelar, de não ir mais embora. Foram estes os sentimentos que passaram por mim quando desci da van e dei os primeiros passos no lugar.

Ambiente inóspito sempre me chamou muito a atenção. Não sei bem explicar o que acontece, mas é algo que mexe bastante comigo, que me aguça os sentidos e que me faz querer experimentar o lugar. Me entende?

Fiquei aproximadamente uma hora próximo à Laguna Tebinquinche, vislumbrando um fim de tarde absolutamente incrível. E ao lado de ótimas companhias. O por do sol que vi é difícil de descrever, mas a cada minuto tudo mudava de cor. Tudo mesmo. A montanha se transformava, o céu era formado por um degradê de diversos tons. Complicado de explicar. O vulcão Licancabur era um espetáculo à parte, parecia que podia ser tocado. Se mostrava bastante próximo, mas ainda incrivelmente distante – o Deserto do Atacama é um paradoxo terrível. E tudo se refletia na Laguna Tebinquinche. Uma verdadeira paisagem de quebra-cabeça.

Depois de curtir todo o climão gostoso do lugar, foi hora de tomar um pisco sour – tipo nossa caipirinha, só que chilena. Todas as agências oferecem esse agrado, é algo bastante comum nos passeios pelo Deserto do Atacama. Se quiser saber mais sobre as agências do Atacama, leia este post.

Para ir ao Deserto do Atacama tem que saber lidar com nostalgia. São tantos momentos incríveis, paisagens surreais, pessoas encantadoras que é difícil segurar a onda…

Cuidado para não cair numa furada…

Esse aviso só serve para quem pretende ir por conta própria, dirigindo o próprio veículo. O caminho até a Laguna Tebinquinche é um pouco complicado. E também cabe dizer que é bastante arenoso, difícil de passar caso não seja um 4×4. E por ser um passeio que é feito geralmente em final de tarde, não é bom vacilar. Ficar na escuridão e no frio do deserto não é uma boa pedida. Por isso, caso opte em fazê-lo de maneira independente, vá sabendo o que te espera.

Ojos del Salar

O passeio para os Ojos del Salar acontece antes da Laguna Tebinquinche – só coloquei depois por questão de estética de post mesmo. São duas enormes crateras de água doce formadas no meio do deserto. Elas ficam uma do ladinho da outra. A verdade é que elas são grandes enigmas do Atacama. A teoria mais provável é de que dois meteoros teriam aterrizado por ali – na verdade apenas um, mas que teria se dividido antes da queda. A verdade ninguém sabe. Aliás, o deserto é recheado de mistérios. Os Ojos del Salar servem também para tirar o sal do corpo, já que antes acontece um mergulho na Laguna Cejar.

Os Ojos del Salar impressionam logo de cara. São duas enormes crateras em meio ao Deserto do Atacama. A profundidade? É absurda. Mas pode mergulhar, se jogar, tirar fotos.

Na volta, já dentro da van, com destino para San Pedro de Atacama, o saudoso guia colocou a música “Volare” para tocar. O regresso foi ao som da música gingada. E claro, toda vez que a escuto me recordo deste passeio, das paisagens, das pessoas e dos amigos que guardo no coração e que vou levar para a vida toda.

Como chegar na Laguna Tebinquinche

Como em todos os passeios no Deserto de Atacama, o passeio para a Laguna Tebinquinche parte de San Pedro. É possível ir apenas via carro/Van.

Valor

O passeio para a Laguna Tebinquiche se faz geralmente junto à Laguna Cejar e Ojos del Salar. O valor engloba os três pontos turísticos. Tour obrigatório!

$ 26.000 (+/- R$ 130,00) + Entrada: $ 2.000 (R$ 10,00)

$ 1000 Pesos chilenos = +/- R$ 5,00

O que levar à Laguna Tebinquinche

• Água
• Boné
• Roupa de banho
• Toalha
• Óculos de sol
• Máquina fotográfica

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