O vento cortante carregado de chuva bate forte no meu rosto. Assim que me protejo com a jaqueta impermeável, o frio passa a me incomodar de maneira intensa. Pego o mapa para saber onde estou, mas vejo uma informação desoladora: ainda faltam 13 quilômetros para o meu dia acabar. Estou sozinho.
Minhas botas impermeáveis não são tão impenetráveis assim, elas estão encharcadas e deixam meus pés gelados. As bolhas nos meus calcanhares e dedos me obrigam a caminhar ridicularmente devagar, obrigando-me a fazer ligeiras pausas para dar conta da jornada. Debaixo de nuvens carregadas, a peregrinação deve continuar até chegar a Santo Domingo de la Calzada, um dos vilarejos que compõe o Caminho de Santiago de Compostela.
Agarrado à minha convicção de que o sofrimento é passageiro, coloco-me metro a metro em direção ao fim deste dia infernal. Só escuto as pancadas de água batendo contra o plástico da minha roupa. E, não muito distante, vejo uma cena duríssima: um casal abraçado e encolhido se protegendo da tempestade. Tento ajudar. Pergunto se está tudo bem. Eles não entendem. Grito e aceno com sinal de positivo. A resposta acontece com um “ok” com a cabeça. Sigo adiante.
++ Leia mais:
- Caminho de Santiago de Compostela: distâncias e rotas
- A melhor época para fazer o caminho de Santiago de Compostela
- Como chegar ao início do Caminho de Santiago
- O que me leva a fazer o Caminho de Santiago
Há poucos peregrinos neste trecho. Depois das 15h, poucos se mantém na andança, e já passa das 17h. Por fim, chego a Cirueña, um vilarejo que parece uma cidade fantasma: casas e pequenos prédios se apresentam com janelas fechadas. Não há sequer um vidro entreaberto. Também não há carros estacionados nas ruas, nem pessoas à vista, tampouco um bar ou um café para aliviar o desconforto deste dia. O lugar possui um abandono poético – trata-se de um município de veraneio que só fui descobrir depois. Encontro um ponto de ônibus com uma grande cobertura. É tudo o que eu preciso após algumas horas de plena tortura. Jogo a minha mochila no chão e me sento num banco. Relaxo. Respiro. Tiro meus calçados.
A chuva densa dá passagem para uma fina garoa, fato que me encoraja a pegar o celular e pesquisar se existe algo por perto. Tenho a sorte de encontrar um hostel próximo, a menos de dois quilômetros. Descarto a ideia de prosseguir por mais uma hora e meia até chegar em Santo Domingo, uma vez que não tenho mais condições de andar. Sinto fortes dores. Vejo-me na condição de cruzar uma plantação de milho para economizar centenas de metros até chegar na hospedagem. É o que faço. Porém, o atalho cobra o seu preço: cada passo custa um atoleiro até o tornozelo. Que dia terrível! Este, porém, é apenas um trecho de uma série de 24 dias que serão contadas em futuras publicações.
***
A oeste da França, aos pés da cordilheira dos Pirineus, construções antigas espalham-se pela charmosa vila de Saint-Jean-Pied-de-Port. A paisagem do campo se mistura com a chegada de centenas de peregrinos: vindos de todos os continentes e ávidos pela grande experiência que os esperam, eles parecem prontos para a grande jornada no Caminho de Santiago de Compostela.
Ainda que cada viajante tenha um motivo para percorrer os 800 quilômetros da famosa rota, a maioria carrega o desejo de realizar um sonho: andar por dias em profundo isolamento. Esse é um dos propósitos.
“Buen Camino!”, foi com essa saudação amigável que a minha história começou, mas a minha relação com essa peregrinação iniciou anos antes.
Conheci o Caminho de Santiago de Compostela através do filme “The Way” (2010). Assisti o longa-metragem no ano de lançamento e, desde então, o Camino, como comumente é chamado – e como chamarei nas linhas a seguir –, passou a ser uma ideia fixa, mesmo que não representasse um trekking inédito, muito menos uma façanha para lustrar meu ego aventureiro. Então, essa peregrinação, mesmo sendo clichê mundo afora, passou a ser minha obsessão de viagem.
Há quase uma década que pratico trekking com regularidade. Tomei gosto pela atividade no ensino médio e, com o passar dos anos, aprendi a andar por conta própria em locais mais ermos, os quais aconteceram no Brasil e em outros países. No entanto, o Caminho de Santiago de Compostela não se comparou a nenhuma outra experiência, exatamente por ser diferente de um trekking – talvez por ser uma das maiores e mais antigas rotas de peregrinação do mundo.
É comum ouvir dizer que o Caminho de Santiago convida as pessoas de diversas formas. Lenda ou não, muitos acontecimentos favoreceram para a realização da minha viagem. Em 2014, durante uma andança em Porto Alegre (RS), topei com um sebo na região central da cidade. De aparência simples e rústica, a pequena loja de livros usados foi convidativa o suficiente para me fazer entrar e explorar os pequenos corredores. Sem muita dificuldade, caiu em minhas mãos o livro “The Camino” (2000) de Shirley MacLaine, uma obra que conta a jornada da autora pelo Caminho de Santiago. Comprei e li em dois dias. Fiquei ainda mais fascinado, uma vez que a leitura mostrou que tal peregrinação tinha um viés diferente de um trekking ou de qualquer outra atividade ao ar livre.
Comecei a estudar o Camino de maneira mais intensa: passei a frequentar palestras de peregrinos e ler livros relacionados. Com apenas dois reais (na maquininha de livros do metrô de São Paulo) comprei o livro “Volto já!” (2006), o qual foi escrito por Hape Kerkeling, um cético comediante alemão que narra de maneira divertida a sua marcha por Compostela. Devorei também o clássico “O diário de um mago” (1987) de Paulo Coelho, sendo este um dos responsáveis pela divulgação mundial do Caminho de Santiago. Se o autor divide opiniões aqui no Brasil, lá fora é um dos escritores mais respeitados – e muito se deve a este livro sobre o Camino.
Outros “chamados” aconteceram, o mais incisivo ocorreu meses antes da viagem acontecer. Tive contato com um guia espiritual que enxergou a minha futura partida em menos de dois minutos de conversa. “Vejo um caminho no seu caminho”, disse o sensitivo. “Você precisa ir para essa viagem porque tem uma pessoa que te espera, será um reencontro de almas”, prosseguiu sem ao menos eu contar sobre a minha intenção de fazer o Caminho de Santiago, que não tinha sequer as passagens compradas, muito menos alguma espécie de divulgação, somente a decisão de fazê-la durante o mês de setembro de 2019. Esse acontecimento me fez mergulhar no planejamento. Enfim, a viagem sairia do plano mental para virar realidade.
Diante de tantos empurrões e motivações, percebi que a minha jornada para Compostela possuía diversos propósitos, tanto pessoal e profissional quanto espiritual.
Passei três meses me preparando para essa viagem. Fixei na bancada do meu quarto o mapa da longa empreitada, este me ajudou a organizar um roteiro de 31 dias que deveria ser feito em 24 – por essa razão sempre caminhava até mais tarde durante os dias no Camino.
A preparação física também aconteceu durante esse tempo: caminhadas de quatro horas aconteciam três vezes por semana. E, ainda que não representasse o real desgaste que sofreria, a pernada urbana de 20 quilômetros me ajudou a fortalecer músculos e me deu razoável preparo para andanças de longa distância.
No norte da Espanha, região onde a peregrinação acontece, a temperatura oscila de maneira espantosa. De manhã e à noite fazem frio – até mesmo em alguns dias durante verão –, enquanto de tarde o clima é quente. O uso de roupas apropriadas de trekking, principalmente o sistema de camadas, é fundamental. Sendo assim, ir com equipamentos corretos é um dos grandes segredos para se obter sucesso na perambulação.
“A mochila não deve exceder 20% do peso corporal”, diz um dos cartazes expostos na oficina do peregrino em Saint-Jean-Pied-de-Port, na França. Comecei o Camino com 12kg, terminei com dois a menos. Joguei diversas coisas fora, algumas que julgava essenciais.
O minimalismo é necessário: a carga tem que ser resumida em poucas peças de roupas, itens de higiene pessoal e remédios emergenciais. No mais, qualquer objeto a mais é peso extra, com exceção à concha viera que deve ser colocada do lado de fora da mochila – ela indica que a pessoa que a carrega é um peregrino.
Há muitas rotas para se chegar a Compostela, a mais tradicional é o Caminho Francês, cujo trajeto, como mencionado, é de aproximadamente 800 quilômetros: uma extensão que pode ser comparada ao trecho de São Paulo até Vitória, no Espírito Santo. A extenuante marcha coloca todos os corpos à prova, bem como exaustiva rotina: acordar antes mesmo do sol nascer, organizar a mochila, alongar o corpo e preparar a mente para um dia de intensa caminhada. Mas o maior temor dos peregrinos é ter alguma lesão. Não é raro encontrar pessoas que desistem da jornada por problemas de saúde, principalmente por causa de ferimentos infeccionados nos pés ou por problemas nos joelhos. De um modo geral, a falta de condicionamento físico é a causa de muitas desistências.
O número de andarilhos impressiona. Segundo o Escritório de Peregrinos, em 2018 houve um recorde histórico, foram contabilizados 327.000 viajantes, superando até mesmo o Ano Santo de 2010, quando 272.135 pessoas chegaram a Compostela. A maioria (93%) preferiu ir a pé.
A razão do Caminho de Santiago de Compostela ser tão místico é fácil de explicar. O principal motivo é que a famosa peregrinação possui mais de 12 séculos de história, sendo uma rota que foi supostamente percorrida por Tiago, um dos apóstolos de Cristo. Os restos mortais do propagador do evangelho teriam sido encontrados em uma sepultura, onde, mais tarde, foi erguida a Catedral de Santiago de Compostela. A partir disso, o Camino atraiu religiosos, místicos e curiosos, os quais ajudaram a difundir e consolidar o caminho até Santiago como um destino de peregrinação. Hoje, o local é mais místico que religioso, sendo um dos lugares mais procurados para a prática do autoconhecimento.
“Há poucos anos eu perdi um amigo de maneira súbita por conta de uma grave doença. Me sinto arrependido todos os dias por não ter feito uma visita quando pude, por isso me sinto incapaz de me perdoar”, confidencia Ron Ting, um peregrino malaio com quem fiz amizade. De olhar marejado e bebericando uma taça de vinho na calçada de um restaurante do município de Viana, ele conta que a busca pelo autoperdão foi um dos motivos dele sair da Malásia. “Se não fosse por isso, possivelmente eu não estaria aqui.”
Em todas as conversas que tive com caminhantes, asseguro que não conversei com nenhum que estivesse andando por andar. Uma razão sempre existia: um conflito interno, uma culpa, problemas no trabalho, indecisão no relacionamento ou uma necessidade de mudança de vida.
“Tenho 84 anos e estou fazendo o Caminho de Santiago pela segunda vez”, conta Anna, uma californiana que está na estrada há mais de oito anos. Rápida e articulada, de cabelo branco e carregando a própria mochila, ela parece em paz. “Desde que meu marido partiu, decidi aproveitar a vida viajando, porque eu tinha duas escolhas: esperar a morte em minha casa ou aproveitar o resto da minha vida.”
O Camino proporciona uma experiência emblemática, porque é uma vivência nômade de longa duração, na qual percebemos algumas mudanças físicas ao longo da jornada: notamos, entre tantas coisas, o cabelo crescer e o corpo ganhar ligeira forma. Mas as mudanças também acontecem nos pensamentos, cuja limpidez mental acontece de maneira natural no decorrer dos dias.
Não consigo dividir a experiência do Caminho de Santiago em fases. Alguns autores discorrem sobre as mudanças que ocorrem após uma, duas, três semanas de caminhada. Apenas afirmo que, sobre o cascalho barulhento, a vida do peregrino entra em uma nova dimensão. Os dias duram uma eternidade. É intenso do começo ao fim.
O prolongado isolamento possibilita um pensamento – e distanciamento – crítico a respeito de nossas vidas. Isso é real. Comparo essa experiência aos pensamentos que temos durante um banho, e o Camino é como se fosse um longo banho de sete, oito, nove horas por dia.
Andar sozinho não foi a minha única escolha. Passei longos dias em isolamento, mas sentia a necessidade de dividir a andança com outras pessoas. Dado momento percebi que trocar experiências também fazia parte do processo. O equilíbrio entre a solidão e uma boa dose de companhia talvez seja um dos segredos de se obter uma vivência agradável no Camino. Mas cada pessoa cria a sua própria verdade durante a peregrinação. Não há regra. Entretanto, não foi raro encontrar andarilhos que preferiram companhia do começo ao fim da experiência. Percebi que muitos não sabiam ficar sozinhos.
Fazer amizades é uma das certezas, é tão provável quanto sentir fome após um dia de intensa caminhada. Durante a minha marcha, fiz novos amigos e conheci pessoas que agregaram a minha experiência de maneira bastante positiva: mostraram novos hábitos e expuseram conflitos parecidos com os meus. Certifiquei que, certas dores, fazem parte da natureza humana, independente da nacionalidade e da idade. As dificuldades que sinto aqui no Brasil são as mesmas de uma sul-coreana que vive do outro lado do mundo, bem como as aflições que convivo aos 30 e poucos anos são idênticas a de um alemão que vive em Munique.
Além de amizades, romances surgem no inesperado, acontecem durante uma pausa para descanso, numa cervejada após o exaustivo dia ou simplesmente numa improvável pausa para colher um figo. “Nos conhecemos há 11 anos durante a nossa primeira peregrinação aqui na Espanha. Tivemos o primeiro contato em Burgos e finalizamos a jornada juntos. Nos casamos anos depois”, conta Catarina, uma holandesa de 48 anos. “O Arthur, meu esposo, que também é holandês, deseja repetir a caminhada a cada cinco anos, essa experiência representa muito pra gente”, explica ela.
Muitos fazem o Caminho de Santiago de Compostela acompanhado de seus parceiros, portanto é corriqueiro observar casais em quartos compartilhados. Encontrei um casal madrilenho que estava passando por essa experiência. “Sou policial em Madrid e só consigo tirar 15 dias de férias por ano. Estamos fazendo o Camino fracionado, esse é nosso terceiro ano aqui, pretendemos finalizar em 2020”, revela Moisés. “Mesmo em casal, não deixamos de ter contato com outras pessoas, muito menos desperdiçamos a oportunidade de conhecer outras culturas, isso faz parte da experiência, por isso temos que fazer o que todos os peregrinos fazem”, argumenta ele.
Enfrentei algumas situações de desconforto ao longo da viagem: amarguras, machucados, xenofobia, adversidades em locais isolados e sufoco por não ter lugar para dormir, mas o Camino vale a pena do começo ao fim. O romantismo em fazer essa peregrinação, se existe, termina na primeira dor, possivelmente na primeira semana.
Certo dia, peguei-me chorando durante um percurso de sete quilômetros. Poderia colocar a culpa nas oito bolhas estouradas dos meus pés ou no cansaço acumulado, mas os motivos ficaram nítidos e reluzentes: era íntimo de vinha da alma. Entre tantas igrejas fascinantes e catedrais majestosas, a pequena e discreta Iglesia de la Asunción de Nuestra Señora, em Viloria de Rioja, foi o melhor abrigo para desabar e dar alforria para todo o sentimento incrustrado dentro do meu próprio cativeiro. Vi pessoas fazerem o mesmo ao longo dos dias, uns durante a caminhada, outros escondidos na penumbra das igrejas – em todas as minhas pesquisas a respeito do Camino, jamais deixara de ler sobre esses acontecimentos, os quais ocorrem mesmo. Pra valer!
Entretanto, há muito mais felicidade e momentos fascinantes. Além das belas amizades que construímos ao longo de dias e semanas, deparamos com situações transformadoras, vivemos a história de cada vilarejo e nos sentimos somente peregrinos, num lugar onde todos são colocados no mesmo nível, nem melhor, nem pior, apenas peregrinos. O sentimento de igualdade faz as relações serem leves, e a barreira do idioma, quando existe, passa a ser praticamente inexistente.
“Eu penso que essa experiência é uma oportunidade da gente voltar a ser humanos de novo”, comenta Manu, proprietário do albergue Aitzenea em Triacastela. “Tenho esse albergue há muitos anos e percebo que aqui as pessoas passam horas sem mexer em seus smartphones, trocam experiências, cuidam um dos outros e se ajudam de verdade. Isso não é uma mudança?”, questiona ele.
O Caminho de Santiago é diferente de qualquer outra viagem. E, por mais que aconteça num instigante destino da Europa, as condições que nos sujeitamos não são nada poéticas, de tal maneira que temos de ter muita certeza – uns chamam de fé – de passar por tantos desafios até chegar até ao fim. Porém, essa dificuldade é que torna o Camino marcante, o qual percorre centenas de quilômetros entre plantações, vilarejos, estradas, monumentos medievais, cidades, trilhas, montanhas: um trajeto desgastado pelos séculos, mas que vive integrado com a modernidade de maneira impressionante.
Apelos não faltam para abandonar a peregrinação, eles se revelam em forma de chuva pela manhã, frio, cansaço, machucados ou até mesmo uma maravilhosa cidade – sendo esta digna de ser explorada por dias. Porém, existe algo que nos faz seguir em frente sem muito hesitar, numa convicção inabalável de preferir suportar todas as dificuldades do Camino. Essa exaustiva marcha, feita sem distração, permite uma análise panorâmica de nossas vidas, ao mesmo tempo nos encoraja a tomar decisões importantes.
Passei alguns dias na companhia de Ana Lúcia, uma médica brasileira. Dividimos histórias e compartilhamos de momentos marcantes no Camino. Entre um quilômetro e outro, ela desabafa e revela o motivo de estar ali: “Vou chegar em São Paulo e pedir as contas do meu trabalho, preciso apenas me dedicar à minha clínica, porque saio de um hospital e já vou para outro. Não tenho mais tempo nem de almoçar e de fazer mais nada”, conta ela. “Posso até ganhar menos no começo, mas estou decidida a fazer isso, e vai ser logo na primeira semana que voltar”, sentencia.
Perto do fim da jornada, todos os conflitos internos ainda continuam em nós, mas foram vistos e revistos à exaustão, os quais se tornam insignificantes diante da força que adquirimos ao longo da jornada. Os problemas não se resolvem no Camino, mas ideias contundentes aparecem com frequência durante todo o processo. Isso é certo!
Cheguei à Catedral de Compostela às 6h50 do dia 27 de setembro de 2019. Estava escuro e chovendo. Decidi esperar amanhecer para contemplá-la da maneira que ela merecia. E, após um cochilo debaixo de um dos arcos medievais que circunda o grande monumento, dediquei uma dose de pensamento a respeito dos acontecimentos daquele quase um mês de caminhada. Não poderia ter tido uma experiência mais libertadora que aquela. Ali eu me tornara um peregrino. E então, diante de uma espessa névoa que cobria as torres da Catedral, tive a certeza de que o Caminho de Santiago era um convite para uma nova postura diante da vida. Como diz o primeiro parágrafo da oração “O Cebreiro”, escrito pelo monge Fray Dino: “Ainda que eu tenha viajado por todos os caminhos, cruzado montanhas e vales de leste a oeste, se eu não descobrir a liberdade de ser eu mesmo, eu não terei chegado a lugar nenhum”.
Chorei com a sua chegada e ao mesmo tempo, ri em ver mais uma foto sua na frente de uma igreja… sozinho, pq chegou primeiro. Rsrs
Te admiro demais, Rafa!!!
Valeu, Ma!!! Faça um dia, vc vai pirar!
Maravilhoso relato! Forte e intenso! Gratidão, peregrino!
Obrigado, Karen!
Que narrativa inspiradora! Acredito que esse “Camino Sabático” seja muito exaustivo e descarregue fisicamente, em troca recarrega-se a alma de quem se doa. Parabéns Rafa, que garra!
Valeu, Denise!!! Foi uma puta viagem mesmo!
Oi Rafael tudo bem !
Acho que fizemos o caminho juntos, meu nome é Domingo Martin, se não me engano tirei uma foto pra vc no Marco de 100km de compostela, cheguei dia 26/09/19.
Caso não tenha sido, você se parece muito com o Rafael que conheci rsrs
Forte abraço
Olá, Domingo! Era eu mesmo. Recordo-me de você e da história que me contou (do encontro de uma pessoa também chamada Domingo rs). Foi um prazer conhecê-lo. Abraços!
Boa tarde, Rafael! Adorei seu relato, tenho ainda mais certeza que quero fazer o caminho. Valeu pelas dicas e por compartilhar essas jornadas.
Gratidão.
Abraço!
Eu que agradeço, Cristiane. Abraços!
[…] Vida peregrina no Caminho de Santiago de Compostela […]
[…] Caminho de Santiago tem culpa do que está ocorrendo agora. A longa jornada me mostrou muitas coisas e desconstruiu […]
Sensacional seu relato!! Como você, sinto que estou sendo chamada pelo Caminho, apenas não “encontrei” o momento. Se não fosse a pandemia, teria ido em setembro. Vai chegar a hora. Adorei sua experiência!!!
Obrigado, Alessandra!Eu que agradeço o comentário. Grande abraço!
Muito bom mesmo! Querendo ir em abril ou maio.
Adorei sua experiência!!! O caminho está me chamando tem um tempão. Já teria ido em maio de 2020, se não fosse pandemia. Pretendo ir no final de setembro. Ainda está quente por lá? Não tenho resistência ao calor, mas tenho medo de pegar mito frio em outubro.
Um relato tocante Rafael.
Acabei de voltar do Camino e ler sobre a sua experiência me levou de volta ao mesmo tempo que assentou mais algumas coisas aqui dentro de mim. É uma experiência única que de fato nenhum outro trekking tinha me proporcionado. Gratidão pela partilha.
Buen camino!
A gratidão é toda minha. Muito obrigado!
Olá Rafael. Parabéns pelo relato, me vi em muitas situações parecidas as suas. Fiz o Caminho em maio/22, tive alguns problemas físicos e optei por pular alguns trechos para chegar em Santiago. Ainda assim, a experiência que tive me confirma a certeza de que voltarei, pois eu saí do Caminho, mas o Caminho nunca saiu de mim. Grande abraço
Valeu, Alessandro. Abraços!
[…] A jornada de peregrinação vai muito além da caminhada física. Muitos peregrinos relatam que o Caminho de Santiago é uma jornada interior profunda, repleta de reflexão pessoal e crescimento espiritual. A simplicidade da vida no caminho, o contato com a natureza e a convivência com outros peregrinos incentivam a autoexploração e a conexão consigo mesmo. As dificuldades físicas e emocionais da jornada também podem levar a um senso de superação e resiliência. Neste post eu narro a minha experiência durante a jornada. […]