Bolívia, um país tão próximo, mas com uma realidade muito distinta da nossa. Lá, encontra-se um dos lugares mais incríveis da América do Sul: a Ilha do Sol. O local reserva tranquilidade, cultura raiz, cores tradicionais e inúmeras ruínas que a colocam como uma grande detentora do patrimônio histórico boliviano. E, ao contrário do caos da capital, a ilha oferece bastante tranquilidade. Para desfrutá-la, é preciso ir até a cidade de Copacabana – sim, existe uma Copacabana na Bolívia –, um pequeno povoado, praticamente um vilarejo, a cerca de 140 quilômetros de La Paz, na fronteira entre Bolívia e Peru. Fácil de chegar.
A Ilha do Sol é um lugar histórico e sagrado, situa-se às margens do famoso Lago Titicaca, nos Andes, o lago navegável mais alto do mundo. Ela possui 9,6 km comprimento e 4,6 de largura. Um lugar impressionante, onde o tempo não parece ter passado. A paisagem é formada por subidas e descidas, águas, trilhas de pedras, pastos de lhamas e pequenas casas. Ela é dividida em três comunidades: Yumani (Sul), Challa (Centro) e Challapampa (Norte). A maior – e também a mais turística – é a Yumani, que possui vários hostels, restaurantes e mercadinhos.
Segundo a lenda, foi na Ilha do Sol que nasceram os primeiros incas, Manco Capac e Mama Ocllo, e este é o motivo pelo qual o lugar é venerado pelos bolivianos. Ir até lá e não fazer o hiking do norte ao sul da ilha é um desperdício, já que há mais de 180 ruínas e muitas delas podem ser vistas durante a travessia. Vou detalhar mais abaixo.
Cansei! Virei boliviano.
As atrações da Ilha do Sol
A Ilha do Sol por si só já é um maravilhoso ponto turístico. É um pedaço de chão com cores gritantes e diversos lugares legais. Vale subir até o topo da ilha e fazer o tradicional circuito de norte-sul ou sul-norte. Junto da paisagem, as ruínas são as principais atrações da Ilha do Sol, elas foram construídas no período pré-hispânico e se encontram em bom estado de conservação.
Ruínas – Parte Norte
Complexo Chinkana
Podemos dizer que é uma das principais atrações da Ilha do Sol – talvez a maior. É um verdadeiro templo inca, um lugar misterioso que parece mais um labirinto.
Rocha Sagrada | Pedra do Puma
É um altar onde rolava sacrifícios de humanos e animais. Ou seja, era uma mesa de sacrifícios.
Templo del Sol
Não encontrei muitas explicações sobre o local, mas é uma grande ruína. Vale alguns clicks.
Museu de Ouro da Cidade Submersa
No tour guiado, feito pelo lado norte, é possível conhecê-lo. É apresentado uma série de objetos encontrados durante escavações no Lago Titicaca.
Ruínas – Parte Sul
Pilkokaina
É um palácio inca que teria sido construído por um antigo imperador. As janelas e portas retangulares afunilam para cima. É bem curioso.
Fuente del Inca
Uma fonte que significava muito para os incas, cada cavidade, respectivamente, possuía o significado: Não roubar, não mentir e não ser preguiçoso. Na época da invasão espanhola, acreditava-se que se tratava de uma fonte da juventude. Atualmente, o lugar é um crucial recurso de água para os moradores locais.
O hiking Norte-Sul ou Sul-Norte
Foi um dos hikings mais bonitos que já fiz. O Lago Titicaca chama muito a atenção, e as ruínas são as cerejas do bolo durante a caminhada. O trajeto dura de 3h/4h (somente ida). Pode-se voltar de barco ou a pé. Caso opte em fazer ida e volta, o hiking deverá ser iniciado na parte da manhã.
A trilha não é difícil. Quase não há subidas e descidas, é praticamente uma caminhada plana. O grande desafio é que a Isla del Sol está a 4 mil metros de altitude, sendo assim, sente-se certo cansaço durante a caminhada.
Como mencionei acima, a Ilha do Sol é dividida em 3 comunidades: Yumani (Sul), Challa (Centro) e Challapampa (Norte). Cada povoado cobra uma “taxa de visita”, conhecida por nós como pedágio. É uma prática comum, embora não exista qualquer presença governamental no local.
Quanto custa o paranauê?
No lado norte, a Comunidade Challapampa cobra Bs. 10; no Centro, a Comunidade Challa cobra Bs. 15 e no Sul, a Comunidade Yumani cobra Bs. 5.
O que levar para a trilha: É necessário levar água e comida. No caminho é possível comprar algumas coisas, mas é um tiro no escuro, porque nem sempre elas se encontram abertas. Leve dinheiro para o pedágio.
A melhor época
A melhor época é o período de seca. Os meses de maio até setembro são os mais indicados, porque além de não chover, o céu estrelado torna-se outra grande atração do lugar.
Quantos dias na Ilha do Sol?
Ao contrário dos tradicionais guias de viagem, não aconselho visitar a Ilha do Sol em apenas um dia. Na minha opinião é um desperdício de tempo ir até lá e voltar no mesmo dia.
O barato da Ilha do Sol é curtir o local, observar os nativos, andar do sul ao norte, presenciar o pôr do sol e jantar nos aconchegantes restaurantes. Aconselho o mínimo de dois dias. Optei por três.
Roteiro de 1 dia: Descer na parte norte da ilha e fazer o tour guiado para as ruínas.
Roteiro de 2 dias: Fazer o hiking sul-norte e conhecer as ruínas localizadas ao sul, que são as menos exploradas.
Roteiro de 3 dias: Conhecer todos os lugares e curtir intensamente a Ilha do Sol.
Como chegar
Há barcos que saem diariamente de Copacabana às 8h30 e às 13h30. O ticket deve ser comprado no cais e custa aproximadamente Bs. 35.
Hospedagem na Ilha do Sol
As pousadas são bem em conta. As acomodações surpreendem pelo preço, a maioria é bem arrumadinha e bastante confortável.
Os restaurantes são igualmente interessantes, alguns ficam na própria cozinha da família, muito maneiro. É tudo bastante aconchegante, sem luxo, mas incrivelmente envolvente.
A parte sul reserva mais opções de hospedagens, mas é possível encontrar hostels em todos os lugares da Ilha do Sol.
Encontre pelo Booking: Veja aqui as hospedagens na Ilha do Sol.
Estava em dúvida se fazia o passeio ou não quando for pra Bolívia em novembro, agora já não estou mais. Com certeza quero conhecer a ilha! Obrigada pelas dicas, Rafa!
Obrigado você pelos comentários, Ângelo. Tenho certeza que vai gostar bastante. Um abraço
A Ilha del Sol é um lugar que vale à pena conhecer, muito bonito e inspirador.
Com certeza vale a pena, Gileno. A Ilha do Sol é fantástica.
Rafa, muito bom seu relato! To indo em janeiro pra isla del sol e to com algumas duvidas… não pretendo fazer a trilha norte-sul, pois não tenho condicionamento fisico, mas gostaria de conhecer os dois lados. Como faço isso? tem barcos que levem de um lado a outro? fico um dia em um e outro dia em outro? nao queria reservar hostel, quero ver o lugar primeiro, sentir a vibe… sera que corro risco de não achar vagas?
tantas duvidas…. rsrsrs Obg!!!
Olá, Rita. Vamos lá, dá pra ir de barco sim, como menciono no post. Há 2 cais, só ir até eles e pronto. Simples. Quando chegar na ilha você poderá se informar sobre os horários e tudo mais. Não tem segredo. Sobre ir no escuro e sem fazer reserva acho meio complicado. E se não encontrar vagas? Se for em alta temporada o risco de ficar sem lugar não é pequeno. Um abraço
Rita, no relato eu comento que dá para ir de barco. Dá para conhecer os dois lados da ilha tranquilamente, e sem fazer caminhadas longas.
Adorei as dicas!!! Programarei um mochilão para a Bolívia em breve…Obrigada!!!
Obrigado vc, MAry! Um abraço!
marinheiro de primeira viajem literalmente, quanto me sai uma viagem dessas pra bolivia, no esquema de mochilão mesmo ? uma base, assim me programo para o proximo ano.
Rogério. Pra saber o custo da viagem, simule passagem aérea + alimentação + hospedagem. Com essa pesquisa terá uma ideia do seu gasto. Um abraço.
Cara, que legal.
Vou pra Rio branco em julho, como faço pra chegar até a ilha? Quanto será que gasto? Se puedres me ajudar, fico agradecido!
David, você tem que ir pra La Paz e de lá pegar uma van até Copacabana. Os custos têm que ser pesquisado. Um abraço!
O que me aconselharia a fazer na Bolivia em apenas 7 dias please…
Olá, Soleni. O que você gostaria de fazer em 7 dias? rs
Olá Rafael, você acha perigoso ir sozinha para a Isla, hospedar por dois dias em um hostel na parte Sul?? Muito interessante sua publicação, deu para tirar várias dúvidas!!
Oi, Mariana. Prazer em receber sua visita. Dá pra ir sozinha, sim. Tranquilamente. Não pense o contrário, ok? Bjos!
Ola Rafael estou indo final de junho pra bolivia e pretendo conhecer a ilha. Tem como fazer esse hikking sem guia? Teno bastante experiencia com trilhas e estarei acompanhada. Caso tenha alguma trilha mais longa pela ilha que possa me indicar, eu agradeço.
Forte abraço e bons ventos!!
Olá, Elaine. Tudo bem? Dá pra ir de boa. É uma linha reta, impossível se perder! É uma pequena ilha, não tem como ficar perdido por lá. Definitivamente impossível. Vá tranquila e aproveite. Vc vai se apaixonar pelo lugar.
Grande abraço!