Cachoeira Santa Bárbara, a melhor da Chapada dos Veadeiros

Famosa na Chapada dos Veadeiros, a Cachoeira Santa Bárbara merece ser um capítulo à parte na viagem de qualquer pessoa. Ela e Capivara – outra linda cachoeira do local – são grandes patrimônios do cerrado brasileiro graças às suas águas espetaculares. As duas maravilhas são protegidas pelo Quilombo Kalunga, que controla o acesso de pessoas e desenvolve o turismo sustentável.

O Quilombo Kalunga é o maior remanescente de quilombo do Brasil. A comunidade se mantém com a cultura preservada, valorizada pelo artesanato, danças e diversas outras manifestações.

E nós, loucos por viagens em meio à natureza, de vez em quando em nossas andanças topamos com paisagens fantásticas. Mas alguns lugares acabam sendo mais especiais que outros, que é o caso das Cachoeira Santa Bárbara e Capivara. E, sem querer ser exagerado, parece que a natureza teve um capricho maior por lá.

Pois bem, estamos carecas de saber que, achados assim, sempre ficam distantes, Santa Bárbara e Capivara não fogem à regra. As belezuras estão a 142 km de Alto Paraíso de Goiás, 157 km de São Jorge e a 27 km de Cavalcante — deste último município, o acesso é feito em estrada de terra e com destino a Engenho II, um dos núcleos da comunidade Kalunga.

Vá para a Chapada dos Veadeiros com tempo. São inúmeras cachoeiras para conhecer — e você vai querer aproveitar todas elas. 

O acesso

O acesso às cachoeiras é feito por uma “trilha” com cerca de 6 km de distância. O trajeto é fácil, mas pode ser um pouco desgastante caso seja feito debaixo de sol — o que é bem provável que aconteça. Veículos 4×4 conseguem poupar 4 km de caminhada, deixando apenas 1 km para o viajante percorrer.

Para ir a Santa Bárbara é necessário pagar entrada (R$ 20,00) e contratar guia local. Guias podem ser contratados lá mesmo na comunidade, não há necessidade de fazer reserva antecipada. É só chegar chegando. O custo gira em torno de R$ 100,00 (para grupos de 8 pessoas). A cachoeira Capivara já está inclusa na brincadeira.

Cachoeira Santa Bárbara

Cheguei na Chapada dos Veadeiros com grandes expectativas para conhecer a famosa Cachoeira Santa Bárbara. Afinal de contas, é o ponto turístico mais comentado, clicado, visitado. Geralmente, em minhas viagens, eu evito o clichê, mas em Veadeiros isso é impossível. Deixar de conhecer Santa Bárbara por ser altamente frequentado é erro grave. O lugar é mesmo surreal, fascinante, único. E, por essas e outras, merece ser visitado.

Não sei dizer se foi o lugar que mais gostei na Chapada dos Veadeiros, as Cataratas dos Couros também são incríveis. Mas digo seguramente que Santa Bárbara foi o lugar que mais me impressionou. Sabe aquelas paisagens que parecem ser de mentira? Pois bem, lá é assim. Difícil de acreditar que seja de verdade. E o melhor: pode entrar, se divertir, mergulhar, filmar, tirar fotos. Pode tudo, menos agredir o ambiente daquele lugar. Regra justíssima.

Eu já tinha lido em alguns blogs sobre Santa Bárbara, tinha visto também alguns vídeos da cachoeira, mas pessoalmente é outra coisa. Até o barulho dela parece ser diferente – desculpe pelo exagero, mas é verdade. Eu fiquei bons minutos só admirando o lugar. Sentei em uma pedra e fiquei namorando cada cantinho, cada detalhe da Santa Bárbara. E claro, em pouco tempo já estava lá dentro.

A imagem da Cachoeira Santa Bárbara fala por si só. Embora possua apenas 35 m de queda d’água, ela é rotulada a mais bonita da Chapada dos Veadeiros, talvez até do Brasil. E não dá pra duvidar disso, porque ela impressiona logo de cara. Possui um poço deslumbrante de águas verdes e azuis. Fascinante.

A cachoeira de Santa Bárbara dá pé em grande parte, mas há alguns pontos mais profundos, sendo ótimo para mergulhar — impossível admirá-la só do lado de fora, definitivamente impossível.

É um pouco difícil de descrever o que senti, mas de certa maneira me senti privilegiado por estar ali. E é um baita privilégio mesmo. Mas é um lugar acessível, de baixo custo e que fica no coração do nosso Brasil. Para conhecê-la, basta querer. Todos podem.

Por lá, o tempo voa. Não sei dizer ao certo quanto tempo fiquei nadando, mas parece ter sido um flash, um tiro. Mas ok, momentos bons acabam depressa mesmo. Registrei Santa Bárbara de 3 maneiras: em vídeo, foto e na minha memória. E me sinto contente por isso.

Cachoeira da Capivara

Saí de Santa Bárbara anestesiado. Por mim, poderia ir embora naquele momento mesmo. Já estava satisfeito, feliz e de certa maneira emocionado. E, para a minha felicidade, conheci ainda Capivara, outra maravilhosa cachoeira. Compará-la com a Santa Bárbara pode ser cruel, mas ela tem seu valor e não merece ser vista somente como uma atração casada à outra. Inclusive, vi pessoas que preferiram a Cachoeira da Capivara à Santa Bárbara. A verdade é que ela pode ser muito mais divertida, já que possui águas mais profundas, maior espaço e uma sequência bacanuda de quedas d’água.

Quando cheguei aos seus pés já levei um baita aviso: vá com calma. Tomei um escorregão digno de ficar somente à beira, sem querer mais entrar. Mas não foi isso que aconteceu. Em poucos minutos já estava dentro da água brincando de mergulhar. No quesito diversão, ela ganha da Santa Bárbara, sem dúvida. A Cachoeira da Capivara possui uma queda d’água enorme – e várias quedas pequenas. Ou seja, ali tem cachoeira para todos os gostos.

Grande parte da cachoeira é profunda. Pra entrar lá, tem que saber nadar mesmo. Fora isso, rola uma pequena correnteza, nada absurda, mas que deve ser levado em consideração. Existe uma corda para indicar o local mais perigoso, mas que só serve para isso mesmo. Pode-se ultrapassar a marcação sem problemas.

A Capivara pode ser visitada antes ou depois da Cachoeira Santa Bárbara, mas dependendo do fluxo de turistas vale a pena deixá-la por último. É um lugar bem inspirador, além disso, possui paisagem privilegiada para um vale.

Chega-se nela a pé. Não sei dizer tanto tempo demorei para avistá-la, mas ela fica bem próxima da Santa Bárbara. E a caminhada é tranquila, sem grandes subidas e descidas. Um trilha normal, gostosa de ser feita. E certamente você a fará com um largo sorriso no rosto. Pode acreditar!

O que você precisa saber

• Santa Bárbara e Capivara só podem ser visitadas com guia
• Carros de passeio podem chegar com certa dificuldade, mas chegam
• Pau de arara pode ser contratado para fazer os 4 km finais de “trilha” (R$ 10 por cabeça)
• De Alto Paraíso até o Quilombo Kalunga demora aproximadamente 2 horas.
• Na comunidade Kalunga tem almoço por R$ 25,00
• Contratar o passeio em São Jorge ou Alto Paraíso tem o custo aproximado de R$ 100,00
• A trilha para Santa Barbara é Capivara é fácil e autoguiada
• O tempo passa e os preço mudam, por isso, consulte os valores no site oficial: Quilombo Kalunga

Como chegar à Cachoeira Santa Bárbada

De São Jorge / Alto Paraíso: Rodovia Go-188 sentido Cavalcante. Depois disso, acesso à estrada para Engenho II.

A melhor época para conhecer Santa Bárbara

Não tem muito segredo para ir a Santa Bárbara, mas o ideal é ir na melhor época do ano, ou seja, no período de seca da região. O motivo? Ausência de chuvas e presença de sol garantida. Sendo assim, a época ideal para curtir a Chapada dos Veadeiros (Santa Bárbara e Capivara) é quando não chove. E isso acontece de abril a setembro. De meados de outubro pra frente, as cachoeiras começam a ficar mais cheias, mais perigosas e com maior risco de trombas d’água, além de estradas danificadas. E mais do que isso, alguns roteiros se tornam totalmente inviáveis em período chuvoso.

Tracklog

O tracklog para Santa Bárbara e Capivara está disponível no Wikiloc.

Quer conhecer a Chapada dos Veadeiros? O nosso post-guia possui todas as informações necessárias para você planejar a sua viagem para o Cerrado. E se precisar de um lugar para ficar, há diversas opções de hospedagens – e para todos os bolsos.

Você pode conhecer mais sobre a Chapada dos Veadeiros olhando os outros posts, mas se está procurando saber apenas as principais atrações, sugiro que conheça a Cachoeira Santa Bárbara, Cataratas dos Couros, Vale da Lua e o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Carioca, Cânions, Seriema, Saltos e Corredeiras).

Entretanto, se você quer conhecer o lado um pouco mais alternativo, há boas e incríveis opções de cachoeiras, como as Almécegas, Cristais, Loquinhas, Poço Encantado e Anjos e Arcanjos.

Mas se seu negócio é fazer uma trilha, então você precisa conhecer (e fazer) a Travessia das Sete Quedas.

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