Trekking & Aventura

O trekking na maior praia do mundo

Sempre sonhei em fazer um trekking grandioso, daqueles de ficar na memória e querer contar para os netos, sabe? Geralmente minhas peregrinações não são tão longas, mas este ano me propus a fazer algo diferente e bastante desafiador. Pelo menos pra mim.

A ideia de fazer o trekking na maior praia do mundo surgiu em 2013, e deste então tornou-se uma espécie de obsessão. Primeiramente porque é um roteiro pouquíssimo explorado no Brasil. E segundo, é uma oportunidade de fazer um trekking “à la Santiago de Compostela”. Tudo bem que o caminho espanhol é praticamente 4 vezes maior, mas ao mesmo tempo, o peso da bagagem é leve, ao contrário dessa expedição do Cassino, que o mochilão pode atingir até 25 kg. Isso mesmo, um trekking 220 km com mais ou menos 25 Kg nas costas.

Não estou indo somente pela marca de atravessar a maior praia do mundo caminhando, vou realmente pelo trekking de 7 dias, longe de tudo e de todos. De fato, espero que essa experiência outdoor seja fantástica e libertadora. Vou por isso. Espero muito que seja incrível. Tenho também a convicta certeza que o maior desafio não é o chão de areia de 220 km, e sim o encontro comigo mesmo.

O local

A Praia do Cassino está localizada na cidade de Rio Grande, no estado do Rio Grande do Sul. Com mais de 100 anos, é considerado o balneário marítimo mais antigo do Brasil, fundado em 1890, e o primeiro do Estado. Fica a cerca de 20 km do centro da cidade de Rio Grande e tem 254 km de extensão, sendo considerada a maior praia oceânica do mundo. É nela que o trekking vai acontecer!

 

O percurso

São 220 km de puro trekking, em uma faixa de areia contínua que se estende à fronteira sul do Brasil, na divisa com o Uruguai. A praia é preservada devido ao difícil acesso, o que faz com que dos seus 220 km, 180 sejam completamente desertos. A caminhada tem início nos molhes da barra da Lagoa dos Patos, no balneário do Cassino em Rio Grande – RS, e vai até os molhes da barra do arroio Chuí.

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Navio Altair – Um dos 287 naufrágios da região | Foto: Reprodução

 

O trekking na maior praia do mundo é difícil e desconhecido. Embora o terreno seja plano, a maior dificuldade da travessia se deve ao longo percurso, além do solo arenoso.

A praia do Cassino é deserta, não há hostels, vilarejos, botecos, sinal de telefone, nada! Portanto, toda a alimentação da expedição será carregada dentro do mochilão, além de todo o equipamento necessário para o trekking.

Serão 7 dias de caminhada numa praia deserta, sem apoio, entre conchas, dunas, naufrágios e faróis, longe de tudo e de todos.

 

O grupo

Ao contrário de outras viagens, eu não pretendia fazer esse trekking desacompanhado, principalmente porque o local é deserto e qualquer perrengue pode resultar em um problema muito sério. Além disso, praticar trekking sozinho nunca é a melhor opção, ainda mais se tratando de uma expedição desse nível de exigência.

Em viagens assim, temos que escolher quem realmente aguenta o tranco, não adianta chamar o melhor amigo ou aquele grande parceiro de final de semana, não cola. Ainda assim, tive a sorte de poder contar com amigos, Carlos Júnior do Cabô Cabô e Gisely Bohrer, do blog A Montanhista.

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O planejamento

Foram meses de planejamento e amadurecimento dos planos. Estudamos bastante a região e nos esquematizamos verdadeiramente para essa expedição. Tivemos ajuda da Roraima Adventures, empresa que organiza esse roteiro para quem deseja fazer essa expedição com equipe de apoio e segurança. Sendo assim, deixo registrado aqui o meu sincero agradecimento pelas infos ao Magno Souza, dono do empreendimento.

Quando?

A Expedição Cassino acontecerá em meados de outubro.

Rafael Kosoniscs

Sou jornalista e publicitário, tenho 36 anos e viajo de mochila nas costas há 12 invernos. Tenho a mochilagem e o montanhismo como paixões. Vou publicar meu primeiro livro este ano – e você já está convidado(a) para o lançamento. Fique de olhos nas redes para não perder, ok? Siga: @seumochilao | @rafaelkosoniscs

18 Comentários

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  • Olas boa tarde. Sou de Rio Grande. Chego por la dia 12 de outubro.Pretendo fazer a mesma travessia por esses dias. Se precisarem de alguma coisa podem me acessar. Abraco. Diego.

  • No meu face, voces encontram documentarios que falam da regiao. Sepa deem uma olhada. Pode ajudar em algo.Abra;o.

  • Achei um pouco exagerado a possibilidade de “até 25 kg” na cargueira, mesmo pra 7 dias!
    No mais, excelente aventura pra vocês e curtam a natureza, seja com sol, sem ele ou com chuva. Aliás, com chuva é um excelente aprendizado.
    Bons ventos!

    • Olá Francisco, esse peso é uma estimativa, já que a água é escassa durante a travessia. No relato colocarei números reais que poderão mostrar a realidade do trekking. A intenção não é mostrar exagero, o percurso por si só já demonstra. Obrigado pela visita. Um abraço

    • Bom, eu não achei exagero não! Tudo bem que a roupa é leve, mas aí tem a barraca (ou o saco de dormir, sei lá), todos os equipamentos de emergência obrigatórios, toda a comida contando 4 refeições por dia (ninguém vive só de barrinha de cereal) e principalmente a água! Se não der os 25 kg chega bem perto!! rsrs 😉

  • Grande Rafael,
    boa sorte, amigo, estou na torcida.
    Qualquer coisa, é só dar um alô.
    Abração!

  • Ooooi garoto! Nossa, que bacana! Mas essa aí eu não sei se encaro… vamos ver se mudo de ideia depois do seu relato! Já estou na expectativa! Se ainda não foi, desejo uma ótima aventura! Se já está na lida, tenha um ótimo retorno!! Isa – LidoLendo 🙂

  • Cara dá tempo??? To em Minas… já fiz São Paulo – Aparecida do Norte (220km) em 4 dias e meio.
    To em Minas, topo fácil encostar nessa… me fala lugar e dia certinho.
    Tenho página no face e o pessoal. Me informem por favor, ia ser louco!

    O Mochileiro Voante – ou Rodrigo Teixeira (https://www.facebook.com/cmdtrodrigo)

    Valeu!

    • Olá, Rodrigo. Só vi sua mensagem após voltar da Expedição, mas mesmo assim, já estávamos com um grupo fechado. Vamos nos falando, desculpe em responder somente agora. Abs

  • Quero fazer a travessia em janeiro, tenho algumas dúvidas que talvez vc possa me ajudar, como é a oferta de água durante o caminho e como vcs fizeram para cozinhar os alimentos?

  • Olá, companheiro de mochila,

    Eu e minha namorada acabamos de concluir o magnífico percurso de 220 km Cassino-Chuí. Experiência fantástica! Vamos preparar um relato que futuramente será postado no site mochileiros.com. Estamos muito curiosos de saber como foram suas aventuras. Continuamos no aguardo. Forte abraço!

    • Olá, meu querido. Beleza?!
      Estou elaborando o material sobre o trekking ainda. Estou elaborando um guia de como ir de forma independente. Valeu pela visita e parabéns pela travessia. Um abraço!

  • Olá.
    Tenho 50 anos, sempre fui apaixonada por caminhadas, comecei com as caminhadas que a o Estadual Central realizava, passávamos o dia caminhando, saíamos de belo Horizonte até Nova Lima, num percurso que só deixa saudades. Agora pretendo fazer sozinha a trilha do descobrimento, Cumuruxatiba- BA a ponta do Corumbal. Conheço a região, apesar dos anos fora morei ali, sei que encontrarei praias maravilhosas. Sem falar que será um encontro comigo mesma. Vou só, barraca nas costas e ideias na cabeça. Gostaria de algumas dicas, obrigada. Boa viagem!!

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