Trekking & Aventura

Pico do Lopo e a Travessia Extrema x Joanópolis

Pico do Lopo

A Travessia Extrema, MG x Joanópolis, SP é cercada de atrações e recheada de desafios. O trekking é de 37 km, e o ponto alto da jornada – literalmente falando – é o Pico do Lopo.

Grande parte do percurso acontece em meio à Serra da Mantiqueira (parte dela com mata secundária), a 1600 metros de altitude.

Continue lendo, mas talvez você queira conhecer outras travessias, como a da Serra Fina, Petrópolis x Teresópolis e a Travessia da Maior Praia do Mundo.

O trekking foi feito entre os dias 18 a 20 de abril de 2014.

A última atualização foi em março de 2019.

As atrações da travessia

Há muitas atrações durante o trekking até o Pico do Lopo, como:

  • Trilha do Sapo
  • Pedra do Sapo
  • Pedra da Sacerdotisa
  • Trilha do Pinheirinho
  • Torre da Embratel
  • Rampas de Voo (Asa Delta)
  • Lagoa da Serra do Lopo
  • Pedra das Flores
  • Pedra dos Cinco Dedos
  • Pedra do Cume (Pico do Lopo).
Pico do Lopo

Pico do Lopo e a Travessia Extrema x Joanópolis

Percurso: 37 km (Início em Extrema, Minas Gerais – Término em Joanópolis, São Paulo).

A melhor época

Todas as épocas, exceto no verão devido às chuvas.

Taxa de acesso

É cobrada uma taxa de preservação no valor de R$ 20 por pessoa.

Estrutura e estacionamento

Para quem não quer ir a pé desde a rodoviária, tem a possibilidade de ir de carro até a rampa de asa-delta. O valor do estacionamento é de R$ 15.

A quem se destina o Pico do Lopo

Todos possuem condições de fazer esse trekking, já que seu nível é fácil/moderado. Sedentários e não praticantes da atividade podem sofrer com o longo percurso.

Obs: Não tente fazer o trekking se não tiver conhecimento da região ou sem o tracklog da trilha.

Quantos dias

Três dias e duas noites é um tempo legal para fazer a travessia e aproveitar um pouco do ambiente.

Pôr do Sol no Pico do Lopo

O que levar

  • Mochilão (mochila cargueira);
  • Isolante térmico;
  • Saco de dormir;
  • Roupa de caminhada;
  • Tênis/Bota de trekking;
  • Blusa de frio (fleece);
  • Cantil/Camelbak;
  • Repelente;
  • Protetor solar;
  • Alimentação para mais de 1 dia;
  • Fogareiro;
  • Saco de lixo;
  • Gps (opcional);
  • Kit de primeiros socorros;
  • Máquina fotográfica.

Dificuldade

Começando a partir da rodoviária de Extrema, considero um trekking moderado. A partir da rampa de asa-delta pode ser classificado como uma caminhada leve.

Por agência ou sozinho?

Caso tenha experiência, dá pra ir sozinho. Mas caso não tenha receio, a dica é ir por agência. Recomendo a Mantra Adventure.

Itinerário e valor

Metrô até Estação Tietê: R$ 4,30

Ônibus São Paulo – Extrema: R$ 30,00

Taxa de acesso: R$ 15,00

Ônibus Joanópolis – São Paulo: R$ 37,00

Tietê – Destino Final: R$ 3,30

Custo Total (transporte e acesso): R$ 89,60

Pico do Lopo

Como chegar ao Pico do Lopo

Da rodoviária ao início da Trilha da Pedra do Sapo / Trilha do Pinheirinho

O trekking começa a partir da rodoviária de Extrema. Dali em diante tudo é feito a pé, como deve ser.

Ao sair da rodoviária, siga pela Rua João Mendes – uma subida. Na sexta rua, vire à direta e siga pela Rua Antonio Onisto. Vá até o final.

No final dessa rua, o início da trilha está sinalizado com uma placa com os dizeres: Trilha da Pedra do Sapo | Pedra Santa Rita | Bicão

Obs: A Trilha do Pinheirinho se inicia após o término da Trilha da Pedra do Sapo, já na parte alta. Portanto, o trekking tem inicio na Trilha da Pedra do Sapo. É pra lá que você deve seguir.

O mapa - Da Rodoviária de Extrema-MG até o início da Trilha do Sapo
O mapa – Da Rodoviária de Extrema-MG até o início da Trilha do Sapo

Considerações pré-Relato – Travessia Extrema x Joanópolis

O relato se encontra no final. As observações abaixo são complementares e estarão indicadas na narrativa.

A trilha: acessos e bifurcações da travessia até o Pico do Lopo

A trilha é autoguiada, mas existem diversas bifurcações ao longo do percurso que exige do trilheiro um pouco de senso de direção e faro de trilha.

Vamos lá, dividi o trecho da ida em 03 partes, todas com suas respectivas particularidades (minhas impressões).

Travessia Extrema x Joanópolis e Pico do Lopo
Pedras das Flores – Travessia Extrema x Joanópolis

A ida

1º Etapa – Da Rodoviária até a Torre da Embratel

O início é só subida, mas após atingir a Pedra da Sacerdotisa a trilha se torna menos desgastante. O trajeto é feito “praticamente” em terreno plano até a Torre da Embratel. Nesse momento se deve prestar muita atenção, já que é possível percorrer a trilha errada e ir parar no Pico dos Cabritos. No relato contém o vídeo desse trecho.

Torre da Embratel - Extrema x Joanópolis
Torre da Embratel

2º Etapa – Da Torre até a Rampa de Voo (Asa Delta)

Depois da Torre, a caminhada é feita em chão de concreto. É só seguir a estrada até chegar num trevo. Nesse ponto existem placas sinalizando o trajeto até a Rampa de Asa Delta e Pedra do Cume. É por lá que você deve ir. É uma subida bem desgastante, mas é feita em um ambiente bem tranquilo, mas não é raro encontrar carros e motos durante esse trecho. É só seguir a estrada até visualizar as rampas. Não tem segredo.

Esse ponto é um ótimo local de acampamento, mas a outra rampa, situada a aproximadamente 50 metros à direta, possui uma área melhor de camping selvagem, podendo receber até 4/5 barracas. Mas ainda é um ponto distante do Pico do Lopo.

Vista da Plataforma da Asa Delta
Mirante da Asa Delta

3º Etapa: Da Rampa ao Pico do Lopo

Esse trecho é o mais bonito, já que ele é recheado de mirantes e também de surpresas, como a Pedra das Flores.

Após sair da Rampa de Asa Delta e seguir caminho, existirão 02 maneiras de ir para o Pico do Lopo, então vamos lá:

Pico do Lopo e Pedra das Flores
Pico do Lopo e Pedra das Flores

Opção Trilha 1, o trajeto para o Pico do Lopo

Ao visualizar a porteira, pegue a trilha à esquerda, que é um caminho que levará diretamente para a Pedra das Flores e, consequentemente, até o Pico do Lopo – chamado também de Pedra do Cume.

Trekking para o Pico do Lopo

Opção 1: Virar à esquerda – Destino: Pedra das Flores e Pico do Lopo
Opção 2: Seguir direto – Destino: Mirante da Bauducco, Pedra dos Cinco Dedos e Trilha para Pedra das Flores e Pico do Lopo

Opção Trilha 2, outra opção para a Pedra do Cume

Ignore essa trilha e continue na estrada. Em aproximadamente 200 metros existirá uma pousada chamada Brumas das Serra, continue adiante e em poucos minutos terá uma trilha à esquerda. É por ela que você deverá seguir.

Bifurcação - Travessia Extrema x Joanópolis

No final dessa trilha existirão 03 opções. E são elas:

  1. Caminho à direta: Mirante da Bauducco
  2. Caminho à Esquerda: Pedra dos Cinco Dedos
  3. Caminho do meio: Trilha para a Pedra das Flores / Pico do Lopo
Pico do Lopo

No caminho do meio existirá uma bifurcação (após aproximadamente 25 minutos de caminhada), mantenha à direita.

Se pegar à esquerda, você andará em círculos, já que essa trilha te levará para a Opção 1, que é a trilha do início da porteira. Deu para entender? Pode parecer um pouco confuso, mas leia atentamente os detalhes. Eles são importantes.

Observação para a visitação da Pedra dos Cinco Dedos (caminho à esquerda): Ao subir esse caminho, uma grande pedra estará à direta. Mantenha-se na trilha situada à esquerda da rocha, em determinados momentos ela desaparece, mas tente se manter sempre próxima à pedra. Para chegar ao cume da Pedra dos Cinco Dedos você deverá seguir por essa trilha até encontrar uma fenda. É por essa abertura que você deverá seguir. O acesso não é tão fácil, mas é possível de fazer sem enormes dificuldades. É só prestar atenção e torcer para não ter marimbondos – é sério. Para ter certeza se está no local certo, existirá um marcador de divisão de terreno, ele fica no solo, mas é bem discreto.

Marcador de divisa
Marcador de divisa

Para retomar o trajeto até o Pico do Lopo, você deverá voltar para o acesso onde se apresentaram as 03 opções. Sacou? É bem pertinho.

Resumos da 3º Etapa (Trilhas 1 e 2):

Opção 1 tem menos atrações, ela te levará diretamente para o objetivo final: Pedra das Flores e Pico do Lopo.

Opção 2 tem mais atrativos, como o Mirante da Bauducco e também a Pedra dos Cinco Dedos.

A Pedra dos Cinco Dedos
Caminho para a Pedra dos Cinco Dedos

Bifurcações entre a Pedra das Flores e o Pico do Lopo

Entre a Pedra das Flores e a Pedra do Cume (Pico do Lopo), há algumas bifurcações. Para não errar, mantenha-se sempre subindo. Existe uma trilha que desce à esquerda, que te levará possivelmente para Joanópolis e outra, à direta, que vai para Extrema. No retorno para a Pedra das Flores, preste atenção para não pegar a trilha errada. Cometer esse erro é muito comum.

A volta

O retorno tem menos segredos, mas a pernada é longa. A caminhada para Joanópolis é feita por uma estrada de terra, com excessivas descidas e com certo grau de impacto nos joelhos e sola dos pés. No trevo existirá uma placa indicando o caminho a ser seguido, não é difícil.

Trekking Pico do Lopo

O relato

Data do trekking: 18 a 20 de abril de 2014.

Horário de Saída: 9h30.

Saímos em 5 pessoas do Terminal Rodoviário Tietê rumo a Extrema, Minas Gerais, cidade do extremo sul de Minas Gerais, que faz divisa com São Paulo. A viagem que deveria demorar apenas 1h30 demorou 3h45. Enfim, viajar em feriado prolongado tem dessas coisas.

Já na rodoviária, encontramos Ronaldo, vulgo Falco. Naquele momento a equipe estava completa. Antes de iniciar a caminhada decidimos fazer um break para comer algo, ali mesmo na rodoviária. E assim fizemos.

Por volta das 14h iniciamos o nosso trekking. A meta inicial era chegar à entrada da Trilha da Pedra do Sapo. E, logo de cara, topamos com uma subida brava, mas em poucos minutos nos deparamos com a entrada da trilha – para saber detalhes, leia o conteúdo do título “como chegar”, acima do post.

Entrada da Trilha do Sapo / Trilha do Pinheirinho
Entrada da Trilha do Sapo / Trilha do Pinheirinho

Entramos na trilha sem demorar muito. O sol estava forte e castigava, mas estávamos animados demais para nos importarmos com o calor. Iniciamos a trilha mata adentro.

O trajeto inicial é bem tranquilo e não exige muito esforço físico. Fizemos algumas paradas no primeiro trecho, não somente devido ao sol forte, mas o grupo não estava 100% bem de saúde e contávamos com gente resfriada. Fizemos a trilha devagar.

No trecho inicial existem duas opções de coletas de água, a primeira é uma pequena bica, mas não muito distante dali existe o famoso bicão, que nada mais é um cano jorrando água. Esse segundo ponto é um ótimo lugar para coleta de água e fazer a primeira parada, além de ser uma ótima opção de camping, embora esteja longe de qualquer lugar interessante.

A partir do bicão, a subida começa pra valer, sem dó. O “sofrimento” é curto e dura aproximadamente 1 hora. Nesse trecho tivemos o privilégio de encontrar diversos mirantes, mas a Pedra da Sacerdotisa foi a que mais se destacou, já na parte alta.

Uma explicação: Essa pedra é encontrada no final da Trilha do Sapo ou no início da Trilha do Pinheirinho (as trilhas se unem), mas é possível chegar nela também pelo Parque Ecológico dos Cabritos. A pedra recebe esse nome por apresentar o perfil de uma sacerdotisa deitada.

Trekking para o Pico do Lopo

Depois de atingir esse ponto, a trilha se tornou menos cansativa e seguimos firmes. Após alguns minutos quase cometemos um erro, porque visualizamos outra pequena bica e não nos atentamos a uma entrada à direta, metros antes dela. Fomos corrigidos por uma corredora de montanhas e continuamos nossa caminhada. Ufa!

Então, anota aí: Quando atingir o cume da Trilha da Pedra do Sapo e encontrar uma pequena bica (vídeo abaixo) vire à direita, há uma pequena entrada a aproximadamente seis metros antes da bica, siga reto por esse caminho que encontrará a torre. Não tem segredo! Essa bica induz o trilheiro ao erro e faz qualquer um passar batido, principalmente para buscar água. Aí o erro acontece.

Desse trecho em diante a caminhada demorou 1 hora até chegarmos à Torre da Embratel. Naquele instante – por um momento – me senti em “Lost”, já que as instalações estavam aparentemente desativadas e os matos tomavam conta do terreno. O local é cercado por grades, mas confesso que tive vontade de explorar aquela construção “inóspita”.

Estava prestes a escurecer e a partir daquele ponto apertamos os passos. Não demorou muito para chegarmos ao trevo, e algumas opções estavam a nossa frente: à esquerda era sentido Joanópolis (nosso trajeto de volta), à direita era para Extrema e reto era o Pico do Lopo, o nosso destino. O trevo é bem sinalizado e não existe qualquer possibilidade de se errar o caminho.

O trevo
O Trevo

Já na subida, tivemos que pegar nossas lanternas, o breu logo se fez presente e tivemos que continuar a ascensão em meio à escuridão. Não demorou muito e encontramos as Rampas de Voo de Asa Delta. Decidimos por ali fazer o primeiro acampamento, mais precisamente na segunda rampa, à direita da estrada.

A primeira noite foi tranquila, a nossa janta foi rapidamente preparada. Cada um se virou para preparar a própria comida. Logo depois do jantar nos juntamos na rampa para contemplar a paisagem: as luzes da cidade de Extrema. O frio estava castigando e cada um foi para sua barraca. Fiz o mesmo e dormi bem rápido.

***

Acordamos cedo e arrumamos a tralhas, ensaiamos algumas fotos e continuamos nossa caminhada. A partir da rampa de Asa delta, o caminho é praticamente descida. Em determinado lugar encontramos a Porteira da Pousada. Nesse ponto há duas opções para ir para o Pico do Lopo – para saber detalhes leia o conteúdo do título no início do post – Resumos da 3º Etapa (Trilhas 1 e 2).

Área de camping selvagem
Área de camping selvagem

Escolhemos a Opção 2 e descemos até a Pousada Brumas da Serra, nessa hospedagem tomamos um suco de carambola, lavamos nossa panelas e pegamos dicas preciosas da região. O dono da Pousada se chama Júlio e nos orientou bastante sobre a trilha alternativa para o Pico do Lopo. Depois disso seguimos em frente.

Apreciamos um pouco o Mirante da Bauducco e depois tentamos atingir o cume da Pedra dos Cinco Dedos, mas o excesso de marimbondos nos fez desistir da tarefa. Retornamos para a trilha e o destino naquele momento era único: o Pico do Lopo.

Mirante da Bauducco - Rafael Kosoniscs
Mirante da Bauducco – Rafael Kosoniscs

Dali até a Pedra das Flores não demorou mais que 1h30, a trilha era feita com calma e toda a tranquilidade. Não tínhamos pressa, já que teríamos outra noite de acampamento. Estava tudo certo.

Na Pedra das Flores, Ronaldo encontrou colegas de profissão, que logo nos auxiliaram e tomaram conta de nossos mochilões, para que então pudéssemos subir o Pico do Lopo sem maiores dificuldades – a distância da Pedra das Flores até o Pico do Lopo é de aproximadamente 30 minutos.

Vista da Pedra das Flores
Vista pela Pedra das Flores

A Pedra das Flores – em minha opinião – é o local mais bonito. Lá é uma grande plataforma de rocha de aproximadamente 1 km², com visão de 360º. Nesse platô é possível avistar a cidade de São Paulo, e até outras, como a cidade de São Domingos. Fora isso, o lugar é frequentemente visitado por amantes de ufologia, já que ali é um local místico. A Pedra das Flores recebe essa denominação porque possui diversas espécies de flores, como orquídeas, bromélias, lírios e outras mais.

O trajeto até o Pico do Lopo foi tranquilo, em algumas etapas o percurso exige uma escalaminhada, mas nada que ninguém não consiga fazer – para saber mais leia o conteúdo do título Bifurcações entre a Pedra das Flores e o Pico do Lopo.

Pico do Lopo
Pico do Lopo

Ficamos aproximadamente 30 minutos do Pico do Lopo, naquele momento cada um procurou contemplar o lugar à sua maneira, seja tirando fotos, observando a paisagem, saltitando de pedra em pedra… enfim, era o momento da recompensa e estávamos contentes por estar ali. Retornamos logo, o trajeto de volta é exatamente pelo mesmo. Deve-se prestar atenção com as bifurcações.

Pico do Lopo
Pico do Lopo – Rafael Kosoniscs

Após retornarmos para a Pedra das Flores, permanecemos alguns minutos sentados e procuramos interagir com o grupo de amigos de Ronaldo, foi um momento legal.

Decidimos em seguida fazer nosso acampamento, a cerca de 250 metros da Pedra das Flores, em uma área descampada e de local perfeito para o camping selvagem. Ficamos por ali e seguidamente fizemos o almoço. O relógio apontava 15h.

De tarde, Ronaldo encontrou uma árvore morta e me chamou para pegar lenha. Perdemos bons minutos trazendo os galhos pesados para a zona de acampamento. Mas deu tudo certo. Já de noite a fogueira aconteceu, e ficamos algumas horas alimentando o fogo e jogando conversa fora.

Pico do Lopo
Pico do Lopo

Importante: não é recomendável fazer fogueira em áreas de proteção. O motivo? Para evitar queimadas. Portanto, deve-se fazer somente em locais aberto e sem risco do fogo se alastrar.

Por volta das 22h decidimos ir dormir. Ao contrário da noite anterior, eu não tive uma boa noite de sono, acordei às 2h completamente com febre e tremendo. Acho que era desidratação. Sem hesitar tomei Dipirona, Paracetamol e bebi mais água. Voltei a dormir, a partir de então só tive o sono interrompido com sonhos estranhos e delírios – acho que da febre. Acordei as 4h30 sem sono e me sentindo um pouco melhor. Tínhamos combinado de ver o nascer do sol na Pedra das Flores e então comecei a arrumar as coisas. Tomei meu café da manhã e devorei uma caixa de bis, estava necessitado de açúcar.

Sai da barraca ainda no breu da madrugada e comecei a arrumar as minhas coisas, Gleice começou a fazer a mesma coisa, e Karina começou logo em seguida. Às 5h Gisely também despertou e fomos ver o nascer do sol.

A vista da Pedra das Flores de manhã é incrível, as nuvens ficam abaixo da montanha e a paisagem é mesmo linda. Enxergar o alvorecer naquele lugar foi o ponto alto do trekking pra mim. Valeu muito a pena. Ficamos uns 40 minutos por ali e me sentia bem. Nem parecia que tive febre horas antes de tudo aquilo. Sentia-me recuperado.

Pico do Lopo

Só lamentei não ter tempo de sobra naquele lugar, eu precisava de uma boa dose de pensamentos individuais olhando tudo aquilo. Mas não tínhamos tempo. Voltamos em seguida para o acampamento e terminamos de arrumar as tralhas. Partimos às 7h10.

Se na ida tivemos pausas exageradas – se assim posso dizer – nas volta tivemos gana e seguimos em frente sem olhar para trás. Às 8h10 chegamos à Porteira da Pousada e, antes das 9h00, já estávamos no trevo trilhando o caminho para Joanópolis.

Essa parte do trajeto é um pouco chata, já que é realizado através de inúmeras descidas, onde o impacto nos joelhos e nas solas dos pés é intenso. Em determinado momento do regresso conseguimos enxergar o Pico do Lopo e ficamos admirados com o tanto que tínhamos percorrido. Fizemos duas paradas, uma para tirar fotos na divisa dos estados; outra em frente de uma porteira.

Depois disso, seguimos firmes até o encontro da rodovia. Caminhamos em chão de asfalto por aproximadamente 1 hora até encontrarmos a rodoviária de Joanópolis. Eram 11h40. A bendita cidade não possuía caixa eletrônico e fui salvo por Gisely. Compramos as passagens para São Paulo às 14h e nesse meio tempo fomos buscar algo para comer. Fizemos um brinde da nossa trilhazinha com a promessa de novas trips. Tim-tim!

Drone da Montanha – Pico do Lopo

O pessoal do canal Drone da Montanha produziram um vídeo maravilhoso do lugar, assista aí:

Rafael Kosoniscs

Sou jornalista e publicitário, tenho 36 anos e viajo de mochila nas costas há 12 invernos. Tenho a mochilagem e o montanhismo como paixões. Vou publicar meu primeiro livro este ano – e você já está convidado(a) para o lançamento. Fique de olhos nas redes para não perder, ok? Siga: @seumochilao | @rafaelkosoniscs

28 Comentários

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  • Ola Rafael vimos seu vídeo no pico do lopo gostamos muito.alem do vídeo sua iniciativa em divulgar ,acampei em vários lugares e ultimamente anda faltando uns companheiros da mesma pegada .
    Um abraço e da um salve assim que puder

  • Rafael,

    Muito bom o material que você publicou! Parabéns!
    Quero subir o pico do lopo (pedra do cume), mas será uma atividade de apenas um dia (subir e voltar pela mesma trilha).
    Você saberia indicar se existe um lugar para estacionar carros próximo ao início das trilhas para subida?
    Abraço!

  • Parabéns pela expedição e pelo relato detalhado. Ficou bem legal e útil a quem pretende fazer o mesmo trajeto que voces fizeram.
    Eu e alguns amigos faremos esse trekking no proximo dia 13/09.
    Abraços.
    Adrian Giese

    ps. Minhas sugestões de trekkings para voces:
    1. Morro do Açú em Petropolis-RJ, Serra dos Orgãos – travessia Açú – Sino. ~34km, 3 dias.
    2. Pico dos Marins, Piquete-SP.

  • Fiz está escalada ont Ilário muito legal nunca imaginei fazendo uma trilha dessa,eu que tanto medo de altura tenho estou superando… Muito proveitoso o passeio…..

  • Muito bom o artigo…
    Gostaria de saber sobre fontes de agua perto da pedra daas flores…

  • Ótimo relato!
    Vou fazer essa travessia no mês que vem e vou usá-lo como referência. Acho que não tem crise para está indo a primeira vez, com tanta informação.
    Forte abraço.

    • Diego, vc fez a travessia?
      Gostaria de fazer agora no Carnaval.
      Tem dicas? Foi fácil, tem sinalização etc?
      Abraço.

  • Bom dia Rafael.

    Gostaria de saber se você tem alguma indicação de Camping em Extrema. Estou com dificuldades de encontrar. Obrigada.

  • Oi Rafael aqui é o Lino fomos para o saco do manmangua ano passado muito bom seu relato parabéns quero fazer esta travessia

  • Oi Rafael aqui é o Lino, será que eu consigo fazer a travessia extrema joanopolis em dois dias , abraço

    • Fala Lino, beleza? Então, acho que é um pouco puxado. Se você sair da rodoviária de Extrema acho que não rola fazer em dois dias não. Se começar da rampa de asa delta até dá. Mas considere 3 dias mesmo. É muito chão pra fazer em 2 dias. Abração!!!!!

  • Fala Rafael, neste final de semana passado eu fiz a travessia do lopo é muito legal delirante.
    Fala parar mim você já fez a pedra do guaraiva, se sim quanto tempo tem outras informações.
    Conheci uma galera que curte seu blog e te elogiou muito abraço.

    • Que legal saber disso, Marcelinho. Fico feliz em ter ajudado e também muito contente em saber que tem gente que admira meu trabalho. Muito obrigado pelo feedback. Um abraço!!

  • Oi Rafael!
    É tranquilo acampar nas proximidades da pedra das flores? Não existem relatos de roubos ou animais selvagens?

    Para fazer este passeio, você recomenda um guia ou com suas dicas pessoas que fazem trekking conseguem ir?

    Obrigada e parabéns pelo relato!

  • Rfael,

    Consegue disponibilizar o arquivo GPX do garmin dessa trilha ?

    Abs

  • Boa noite .
    Gostei muito dos relatos e fiquei interessado nesse passeio.
    Tem medo de altura e queria saber se passa por ribanceiras ou coisa parecidas ?
    Só consigo passar longe desses lugares .rsrs
    Obrigado.

  • Infelizmente, me parece que não se pode mais acampar próximo da pedra das Flores e da pedra do Cume. Colocaram algumas regras na portaria incluindo a proibição de acampamento.
    A travessia ficou meio complicada agora 🙁

  • E possível acampar na serra do Lopo? Li alguns postes que foi proibido. Alguém pode confirmar se é verdade?

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