O sol não hesita em passar pelas frestas de galhos e folhas na curta e intensa trilha para a Cachoeira do Saco Bravo. O horizonte não se vê, praticamente toda a caminhada é feita de costas para a pouca paisagem que se nota.
O começo é pura subida. Os mais apressados em chegar até a cachoeira são obrigados a parar em determinados momentos para tomar fôlego; os mais espertos vão devagar, passo a passo e sobem num ritmo constante, apreciando detalhes, ouvindo sons e curtindo a trilha.
Dessa vez, eu fazia parte do grupo dos apressados. Trajando roupa de trekking e a passos largos, fiz a ida em 1h15min, um trecho que geralmente é feito em aproximadamente 2h — o motivo da pressa era uma eminência de chuva. Mesmo com o sol escaldante, nuvens pretas se formavam lentamente sobre minha cabeça.
A decisão mais inteligente era voltar para o camping em Ponta Negra e se preparar para o possível temporal, mas preferi continuar para não quebrar meu roteiro, além disso não haveria outra oportunidade de conhecer o Saco Bravo. E assim segui.
Saco Bravo, a piscina da Juatinga
A cachoeira do Saco Bravo, pra quem não sabe, é um clássico da Juatinga. Não é raro encontrar alguém que já tenha ido pra lá, e também não é nada incomum vê-la passar na timeline do Facebook. E, mesmo sendo um lugar relativamente clichê, pelo menos para trilheiros, não quer dizer que não valha a pena conhecê-la, pelo contrário. É um ótimo roteiro.
Só é possível chegar à Cachoeira do Saco Bravo por trilha. Muitos barcos chegam perto, mas não há local para desembarque, sendo assim a única opção é caminhando através de algumas perambeiras. Todos conseguem fazê-la.
O lugar, como o próprio nome sugere, se trata de bonita piscina natural. Não há grandes quedas d’água. O que se vê é um caldoso filete de água escorrendo na pedra, que, sem pressa, juntamente com ajuda do mar, renovam diariamente a água da piscina. Ali é o troféu de uma curta e intensa trilha.
Já próximo ao Saco Bravo, comecei a ouvir pequenos estrondos, me perguntei se já eram os trovões, mas logo notei que se tratava do choque das ondas nas pedras — talvez seja esse o motivo da piscina se chamar Saco Bravo. Ou não.
Para se chegar à piscina é preciso um pouco de cuidado. O lugar é de fácil acesso, mas exige atenção em alguns trechos. A parte final é pura escalaminhada, mas nada tão complicado.
Algumas cordas estão fixadas no local, mas aconselho utilizar as próprias mãos para subir e descer nas pedras (tanto pra chegar quanto pra sair da Cachoeira do Saco Bravo). O material está exposto ao sol, chuva e maresia. Ou seja, é provável que esteja podre — e você não vai querer que arrebente em suas mãos.
Nas fotos, sempre me reparei com o local cheio, mas tive o prazer de encontrar o Saco Bravo parcialmente vazio. Foi sorte. O lugar é bem convidativo ao banho, principalmente com a maré baixa, onde não há risco do mar te “lamber” pra fora da piscina — fato que já ocorreu algumas vezes. (segundo alguns caiçaras da região)
Dentro da cachoeira — que é até estranho de chamar de cachoeira — alguns pontos não dão pé; em outros dá pra ficar tranquilamente sentado só de pescoço de fora. Ou seja, é um lugar que vai agradar a todos, sendo perfeito para ficar boas horas na boa, curtido a paisagem, a água gelada e o típico calor da Juatinga.
Levar lanche é outra boa pedida. Entre ida e volta, com subidas e descidas, são praticamente 8km de caminhada. Sem falar que entrar na água é a receita infalível para aguçar o apetite. Comida até pode faltar, mas água não. Lembre-se disso caso vá conhecer a Cachoeira do Saco Bravo.
Já na volta, o que era uma previsão se tornou realidade. Ventos fortes, céu preto, trovões e raios começaram a ser uma realidade não muito agradável. Metade do trajeto fiz correndo, mas não por medo da chuva, mas por receio dos raios e da falta de proteção da câmera fotográfica. Foi o tempo de chegar no camping para o temporal cair. No fim tudo deu certo: conheci a Cachoeira do Saco Bravo, não desmontei meu roteiro e não tomei raio na cabeça. Amém.
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Reserva Ecológica Estadual da Juatinga
Tradicionalmente chamada de Juatinga, a área da Reserva possui aproximadamente 8 mil hectares – isso equivale a 8 mil campos de futebol – e abriga doze núcleos de ocupação de populações tradicionais (vilas caiçaras), que se espalham ao longo da Juatinga. Essas comunidades vivem da pesca artesanal, agricultura e um pouco do turismo (atividade recente). A fauna e flora também são as grandes atrações da região – juntamente com as praias –, a vegetação é composta da Mata Atlântica e possui aproximadamente 10 mil espécies de plantas, destacando-se, também, a mata higrófila, a mata de restinga e manguezal.
Paraty é a cidade mais próxima, sendo ponto base de apoio para as comunidades. O acesso é limitado a barcos ou trilhas. E o monitoramento da Reserva da Juatinga é feito pelo Inea, que atualmente está com um projeto de reordenamento turístico na área (principalmente capacidade de carga de pessoas), visando assegurar a sustentabilidade ambiental, a qualidade da experiência dos visitantes e a manutenção da qualidade de vida da população local.
Mapa da Juatinga
Seja um viajante consciente
- Não é permitido acampar próximo à cachoeira do Saco Bravo;
- A Praia de Ponta Negra é a mais próxima do local (há vários campings por lá);
- Consuma refeições locais e contribua com a economia da região;
- Não faça fogueiras;
- Jogue lixo nas áreas determinadas;
- Respeite os costumes e tradições caiçaras.
O que você precisa saber sobre Saco Bravo
- Não paga nada para conhecer Saco Bravo;
- Celular não funciona;
- A trilha é sinalizada e autoguiada;
- Necessário levar água e lanche;
- Para se chegar de trilha demora aproximadamente 2h (ida) – 1h20 (volta);
- Aproximadamente 8km de caminhada (ida + volta);
- Recomendável o uso de botas ou tênis;
- Levar protetor solar;
- Restaurante só em Ponta Negra.
Tracklog
O tracklog para se chegar a Cairuçu das Pedras está disponível no Wikiloc.
Acho que não é tãaao difícil de pegar lá vazio… fomos no dia 02/01/2018, esperávamos encontrar a piscina cheia de gente já, porque saímos da Praia do sono as 7h30 (de barco) começando a trilha a partir da Ponta Negra as 8h e chegando no Saco Bravo as 10h, mas por increça que parível, ao chegarmos lá, fomos os primeiros!
Claro que foi por pouco tempo, em questão de 10 minutos começou a chegar mais gente… e ao meio dia, quando saímos, já tinha cerca de 40 pessoas (e vimos muitas outras indo pra lá quando fazíamos a trilha de volta).
Então a dica pra quem quiser curtir a cachoeira vazia é: “Deus ajuda quem cedo madruga”! hahahaha
Fala man, beleza? Acho que você deu sorte também hahah.. se depois lotou, é porque é cheio mesmo. Sua dica é quente: chegue cedo! haha.. Valeu! Abraçoss!!!
Gostei muito do seu post, me auxiliou demais nessa viagem! Obrigada!
Que bom que ajudou, fico feliz!!!! Boa vida pra vc! 🙂
Olá.
Onde você deixou seu veículo para iniciar a trilha?
Olá, Vanessa. Não fui de carro, ir pra lá de carro não acho que seja bom negócio. Abs!
Esse lugar tem uma energia maravilhosa. Adoramos o post. Parabéns pelo Blog! Fizemos a travessia na região e foi uma das nossas melhores aventuras. Abraços, Charlico e Larissa
Show! Abs!
Conheço a região…. Estou montando um percurso a pé, saindo do sono depois antigos, antiguinhos, ponta negra e por aí vai…. O lance é: tenho 55 anos e pretendo ir só. Seria perigoso?
Planeje-se! Veja as condições do tempo e saia cedo. Vá no seu ritmo. É uma trilha fácil. Não há perigo. Abraços
[…] de encarar a trilha. Para mais detalhes sobre a cachoeira do Saco Bravo os blogs Trekking Brasil, Seu Mochilão e Seguindo Viagem escreveram posts sobre o […]
EU FUI DIA 30/12/18 SAIMOS DE LARANJEIRAS AS 5:50 DA MANHA FOMOS APÉ ATÉ A CACHOEIRA SÃO 12 KM SOMENTE DE IDA… CHEGAMOS POR VOLTA DE MEIO DIA FICAMOS ATÉ 2:30 DEPOIS VOLTAMOS TUDO APÉ!!! KKKK OLHA MUITO SOFRIDO!!! MÁS A PAISAGEM É LINDA… FIQUEI 3 DIAS DE CAMA…KKKK MÁS VALEU A PENA!!!!! MAS DA PROXIMA VOU PARA ACAMPAR …
Foi corajoso! hahaha.. é uma boa pernada!
Esse lugar é incrível, tive a oportunidade de ir lá em novembro de 2017, e foi surreal quando chegamos lá, estávamos bem cansadinhos, paramos umas 3 vezes no caminho de 3 horas, tem muita subidaa!! kkkkk mas valeu muito a pena, só de chegar lá e ver a cachoeira do saco bravo sem ninguém, só eu e meu namorado, com muita água e lanche, ficamos umas 3 horas curtindo o lugar, é energizante!!
Que da hora, Andreia. O lugar é mesmo maravilhoso e energizante. Já deu saudades!
boa noite companheiro, parabéns pelas fotos e pelas informações!
gostaria de saber de você, se para ir nessa linda cachoeira, temos que dormir em Ponta Negra
ou da para fazer a caminhada em um dia( ida e volta ) saindo da praia do sono ?
um abraço
Olá, Eduardo! Dá pra ir direto do Sono. Só sair bem cedo, ok? Abraços!
BOA NOITE! PRETENDO IR A PARATY, QUAL MELHOR MEIO E RÁPIDO PRA CHEGAR A CACHOEIRA DO SACO ? SERIA POR LARANJEIRAS ? LÁ TEM BARCO PRA PONTA NEGRA ? ABRAÇO
Parabéns pelo post cara, incrível demais as fotos!!
Estou querendo ir em setembro. Será que terei problemas com o tempo ??
Valeu, Caio! Sobre o tempo, é essencial olhar a previsão antes. Só assim pra saber. Abraços!
Parabéns por todas as dicas.
Valeu!
Saindo de Trindade, acha uma boa opção conhecer? Queria muito, ma sou me hospedar em Trindade e sairia bem cedo. Falaram que essa trilha até o saco bravo só pode com guia, é verídico?
Luana, acho um pouco fora de mão de Trindade. Não há necessidade de guia. Abraços!
Muito legal. Moro em Paraty. Mas ainda não conheço o saco Bravo. Também morro de medo de raios😕😳😳
Danielle, o lugar é incrível. Só vai! 🙂
Vejo uma galera falando que é necessário contratar guias. Tem realmente essa necessidade, por que se a trilha é auto guiada. Não seria tão necessário assim né?
Roberto, eu não vejo necessidade. Abraços
Qual a melhor época do ano para ir em Ponta Negra RJ
Qual a melhor época do ano para ir em Ponta Negra RJ ,sem chuva e com sol