AINDA QUE SEJA O PRINCIPAL BALNEÁRIO DA NAMÍBIA, SWAKOPMUND DESPERTA A VONTADE DE CONHECER LUGARES MENOS ÓBVIOS
Dizem que algumas viagens marcam a vida da gente. Sim, é verdade. A Namíbia marcou a minha vida em diversos níveis – os milhares de quilômetros que cruzei em estrada de terra representaram uma experiência demasiadamente autêntica. Nunca vou conseguir explicar com exatidão o sentimento que essa trip off-road causou em mim. Entretanto, posso dizer que essa viagem para a África Austral reservou surpresas maravilhosas. Swakopmund foi uma dessas belas e inusitadas descobertas.
Eu sonhava com viagem para o deserto da Namíbia. A razão é que sempre assistia algo sobre o país, principalmente documentários sobre a vida selvagem africana. Sou o tipo de pessoa que é apaixonado por locais isolados e admirador de países exóticos. Gosto do diferente e do choque cultural. E essa estranheza me faz ter inclinações para viagens “fora do comum”. Não me sinto diferente por isso, até porque praticamente todos os viajantes gostam de locais assim, mas é certo também que poucos trocam as paisagens europeias pelas africanas, por exemplo.
Conheci Swakopmund depois de passar por Twyfelfontein e Skeleton Coast. A cidade, cuja população é de 44 mil habitantes, é considerada a principal praia do país. O lugar sensibiliza em muitos aspectos, a começar pela limpeza da cidade. É impressionante ver um local que vive em meio às dunas ser tão limpo. Outro ponto: a arquitetura do balneário é quase toda europeia – mais precisamente em estilo germânica –, a qual evidencia o período (de 1884 a 1915) em que a Namíbia era colônia da Alemanha. Mesmo ciente do passado colonial, é chocante ver uma “cidade europeia” transplantada para o meio de um deserto na África.
O país ganhou a independência da África do Sul em 21 de março de 1990, após a Guerra de Independência da Namíbia. Sua capital é Windhoek.
Swakopmund está a 350km de distância da capital.
Swakopmund é planejada. De ruas largas e bem cuidada, parece até uma cidade cenográfica, mas ela é bem real. É vista como uma estância de férias, ou seja, possui muita importância turística para o país. Devido à sua condição climática amena, especialmente durante a alta temporada, que acontece de dezembro a janeiro, a cidade é uma atração para muitos turistas, especialmente do interior da Namíbia – de tal maneira que chega a faltar hospedagem na época concorrida.
O balneário oferece diversas atrações turísticas. Ao passear pelas ruas da cidade, construções esplêndidas é o mínimo que o viajante pode esperar. Se “perder” nas ruas é o grande barato do lugar. A cada esquina é uma surpresa diferente. Vale também entrar nas convidativas cafeterias para saborear um delicioso café, ou até mesmo provar os doces e sucos locais. Embora grande parte da cidade possa ser feita a pé, alugar bicicleta também é outra boa alternativa de passeio.
Muitos turistas preferem ir até Walvis Bay (cidade vizinha) para curtirem algumas atividades de aventura e contemplação – o mais tradicional é o passeio de catamaran para avistar golfinhos, lobos-marinhos, baleias e flamingos. Os passeios e as experiências podem ser contratadas em Swakopmund.
Walvis Bay está a 40 km de distância de Swakopmund, sendo uma cidade mais voltada para as atividades de aventura. Muitos tours para o deserto partem de lá. Transfers de Swakopmund para Walvis Bay são facilmente encontrados.
Passear pelo píer é outra atividade que recomendo. A vista nebulosa para o Atlântico renderá boas fotos, além disso, oferecerá uma saudosa experiência da Namíbia. Nos últimos metros da imensa plataforma é possível obter uma visão panorâmica da costa de Swakopmund: uma cena digna de pensar na vida e que não está em nenhum filme.
Hospedagem
Há uma grande variedade de hostels e hotéis em Swakopmund, os quais atendem a todos os gostos e orçamentos. Ou seja, há muitos lugares para ficar. Deve-se te em mente que estes estabelecimentos precisam ser reservados com antecedência, especialmente se você for viajar na alta temporada. Abaixo estão algumas sugestões:
Veja aqui os hostels e hotéis da cidade.
Skeleton Beach Backpackers
Para quem curte um local mais descolado, o Skeleton Beach Backpackers é boa opção de hospedagem. O hostel está situado no coração de Swakopmund.
Hotel Bon Hotel Swakopmund
Já para quem gosta de privacidade e conforto, o BON Hotel Swakopmund é ótima opção. O local oferece sauna, academia, bar e um estacionamento privativo.
O passado de Swakopmund
A história de Swakopmund começa com o desembarque do marinheiro português Bartolomeu Diaz no solo da Namíbia, mais precisamente em Cape Cross, no ano de 1487, onde ele ergueu uma cruz de pedra. Depois disso, em 1793, dois marinheiros holandeses ancoraram na foz do rio Swakop. Mais tarde, por volta de 1862, a tripulação de um navio alemão ergueu a bandeira do país germânico no mesmo rio, sinalizando dessa forma a real ocupação do território que hoje é chamado de Swakopmund.
Swakopmund é uma cidade situada no meio de dunas e deserto. Durante o período colonial, o local era um porto importante, embora as condições não fossem realmente favoráveis: as águas costeiras eram muito rasas. Além disso, o porto de Luederitz estava muito longe; e o porto de Walvis Bay, nas proximidades, estava sob ocupação britânica. A solução foi criar um porto artificial, e isso aconteceu por volta de 1894. Depois disso, já em 1902, um píer de madeira de 325 metros de comprimento foi construído, que foi substituído por um de ferro em 1912. O suprimento completo da colônia foi feito via Swakopmund.
Depois da fundação da cidade, tornou-se necessário modernizar os meios de transportes do país africano. E assim foi inaugurada a primeira linha ferroviária, que ligava Swakopmund a Windhoek (capital do país). Atualmente, existe também um expresso turístico, senda esta uma boa maneira de se chegar à cidade.
Swakopmund
A melhor época
Para conhecer Swakopmund, o ideal é ir nos meses de seca na Namíbia, cujo período é marcado pelas temperaturas mais tranquilas. Sendo assim, o melhor período é entre maio e outubro. O auge da alta temporada acontece nos meses de dezembro e janeiro (verão) e em julho e agosto, o inverno do país africano.
A época menos disputada acontece entre novembro e abril, a estação das chuvas.
O que você precisa saber
- O itinerário mais comum é a partir de São Paulo (GRU) com chegada em Windhoek (WDH);
- Caso prefira alugar carro, é ideal que a viagem aconteça com duas pessoas ou mais;
- Aluguel de carro não é barato, o custo de um 4×2 pode chegar a R$ 3.800,00 por semana;
- Veículos 4×2 ou 4×4 são sempre as melhores opções;
- Aceita-se a CNH brasileiro (não precisa emitir a internacional);
- É aconselhável (necessário) alugar carro com antecedência (e reservar com as agências também);
- Agências de viagem são mais caras;
- Para uma viagem econômica, pode-se optar por camping (necessário levar barraca);
- O mapa rodoviário da Namíbia pode ser comprado no aeroporto (sugiro que faça isso);
- O dinheiro deve ser trocado imediatamente na chegada, também localizado dentro do aeroporto;
- Cartões de crédito são utilizados facilmente dentro da Namíbia;
- Não é aconselhável dirigir à noite (alguns campings não deixam entrar após às 22h);
- O acesso a Swakopmund é gratuito;
- Chips de celular podem ser comprados na capital;
- Para entrar na Namíbia não é necessário visto;
- Vacina contra a Febre Amarela é obrigatória.
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É uma cidade que valeria ter ficado mais tempo (se tivéssemos) para fazer os passeios de barco e explorar atividades de aventura. Mas, uma boa desculpa pra voltar, né? 🙂